Neste artigo falaremos sobre a diferença de ser quem somos, aquela situação em que dizemos "ninguém me entende".
É muito comum começarmos a fazer Ballet, se encantar com esse mundo e a partir daí só querer ver vídeos sobre isso, só querer realizar passeios relacionados a isso (espetáculos, aulas, cursos), ter todo o investimento financeiro em torno disso (collant, roupas de Ballet, cursos) e até nos fins de semana sempre ensaiar, e assim por diante, se envolver cada vez mais. É aí que as pessoas ao nosso redor começam a encher nossa paciência dizendo coisas do tipo "de novo você vai pra esse raio de Ballet", "nossa, outro collant", "você só gasta dinheiro com isso, outro curso que você vai fazer", quantas vezes você já não ouviu isso como bailarina adulta? Tanto do marido, filhos, da amiga do trabalho que não entende porquê você está fazendo Ballet nessa idade, enfim.
A maioria das pessoas adultas que começam a fazer Ballet passam por isso, até mesmo jovens passam, mas para eles é mais fácil, pois são mais descolados, vivem em tribos e assim se juntam com a tribo do Ballet, só falam disso e está tudo certo, por isso o convívio social se torna um pouco mais administrável. Por outro lado, para os adultos já é um pouco mais complicado e é por isso que você mesma tem que tomar cuidado, pois as pessoas ao seu redor não fazem Ballet, nunca pisaram em uma sala (e se pisaram foi há tempos atrás e nem lembram mais) e por esse motivo elas não saberão por quê esse mundo é tão importante para você, porque só quem sente, só quem entra em uma sala de Ballet e se coloca numa barra é quem sabe o que é fazer um tendu, um demi plié, o que é a sensação de estar dançando Ballet clássico e sabe a importância disso para si, quem não vivencia isso não tem como saber. Nessa situação é a mesma coisa de imaginarmos um lutador de box e pensarmos "nossa, pra quê isso? Como eles chamam isso de esporte? Que violento!", e sim, é um esporte, eles gostam daquilo e se assistirmos a uma reportagem do lutador, vemos pelas palavras que ele não é uma pessoa violenta, o box é apenas o esporte dele, a paixão dele, mas o porquê ele é apaixonado por aquilo nós não sabemos, pois nunca fizemos, assim como quem não faz Ballet não tem como saber sobre o mundo em que vivemos.
Então, nós temos que ter essa clareza para podermos expor para as pessoas ao nosso redor a importância do Ballet, entretanto, não podemos cometer o erro de esperar que a outra pessoa entenda, devemos impor que ela nos respeite, mas não podemos exigir que ela entenda. Mostre quem você era antes e o que se tornou depois do Ballet, porque assim pode ser que as pessoas entendam e respeitem um pouco mais, porque é realmente complicado quando entramos para esse outro mundo, pois acabamos deixando um pouco as pessoas que estão ao nosso redor, até da nossa família mesmo, quantas vezes você não deixou de estar em um evento de família ou amigos porque tinha ensaio ou qualquer outro compromisso do Ballet que era importante para você, mas não necessariamente para eles?
Sendo assim, vale a pena parar para pensar e ter essa clareza de que você é diferente, isso não significa que é melhor ou pior, é apenas diferente e tendo essa diferença, é difícil para eles entenderem o porquê que você gasta tanto dinheiro com Ballet. É importante separar as coisas, tentar explicar e levar as coisas com mais calma, pois somos diferentes sim (ainda bem!), mas isso não significa que somos melhores. Converse um pouco com as pessoas ao seu redor, certeza que você irá se surpreender, pois vale a pena expor um pouco sobre isso e a troca será muito maior e mais gostosa.
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