Não é novidade para ninguém que às vezes passamos por algumas frustrações e traumas no Ballet, o que é natural e não acontece com apenas uma pessoa, mas é importante tentar lidar com esse assunto com a maior naturalidade possível e ter algumas ferramentas para isso, afinal de contas estamos nesse mundo para vivenciar as situações, e os traumas fazem parte. Sendo assim, este artigo apresentará maneiras de superar esses traumas no Ballet.
A primeira coisa que precisamos entender é sobre o que é um trauma. É quando você vai girar uma pirouette, por exemplo, e tem aquela sensação de frio na barriga e de que vai cair, provavelmente você passou por um trauma algum dia em relação a isso. Pode ser que quando você começou a treinar pirouette, você deu uma escorregada e se assustou ou caiu mesmo e todo mundo olhou, pode ser que alguém deu risada, enfim, várias coisas podem ter acontecido para que o seu cérebro detectasse que a situação, a pirouette por exemplo, é um passo que pode te colocar em uma situação de risco, tanto risco de queda, no sentido de dor mesmo, quanto num risco emocional, onde você acaba se expondo a outras pessoas e elas riem, fazendo com que você sinta que virou motivo de piada. Como o nosso cérebro não é bobo, ao detectar essas coisas, ele bloqueia e você não consegue mais fazer o passo.
Traumas podem acontecer de várias maneiras, surgir a partir de vários passos, mas como é que vamos lidar com isso, sabendo que esses passos terão que ser realizados de qualquer forma? Bom, primeiramente você deverá detectar o porquê desse trauma, o que aconteceu para você ficar assim, tentando buscar na sua memória e se conseguir visualizar, conseguirá entender e ressignificar aquilo. Porém, às vezes não conseguimos lembrar e assim, teremos que fazer um outro tipo de trabalho, começando a mostrar para o seu cérebro que aquilo não é um passo de risco, não é algo perigoso, enfim, e caso você tenha passado pelo processo de ressignificar, terá que passar por esse também.
Usando a pirouette como exemplo, para o seu cérebro entender que não é um passo de risco, você terá que voltar um pouco atrás e começar a trabalhar a base dela, começando só pelo relevé passé, porque assim você começa a mostrar para o seu cérebro que esse movimento não oferece risco. Depois disso, você avançará mais um pouco, fará o relevé passé e girará apenas 1/4 da volta, depois passará para meia volta, até chegar em uma volta inteira, pois assim você começará a mostrar para o seu cérebro que o passo não oferece mais perigo. Feito isso, você estudará o passo corretamente para não traumatizar de novo. Você passará pelo mesmo processo caso o seu trauma seja com qualquer outro passo.
Então, de tudo o que envolve trauma na dança, é importante voltar atrás nesse sentido. Se você é professor e está lendo este artigo, não é bacana ficar cutucando o aluno, perguntando sobre como foi que ele se traumatizou, mas é importante saber exatamente o que é necessário fazer para o cérebro dele entender que aquilo não é mais um passo de risco. Exige tempo, repetição, paciência e acima de tudo não se culpar! Quanto mais nos culpamos, mais fortalecemos o trauma, por isso, acolha para mudar a situação.
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