O que fazer com crianças que choram na aula? É uma dúvida que alguns professores têm e ela só podemos dar uma solução quando entendemos alguns pontos.
A primeira questão a ser levada em consideração é "por que essa criança está chorando?". Quando paramos para pensar na nossa infância, lembramos que éramos pequenos e tudo era muito grande, o professor é alguém desconhecido, o que causa uma insegurança. Então, nos falta olhar com mais cautela para essa situação, porque é um mundo novo para ela, um mundo grande, com pessoas desconhecidas, várias crianças olhando, a mãe empurrando para dentro da sala, para no fim ela ficar sozinha. Entenda que, primeiramente, essa separação da mãe para ir para um mundo desconhecido, é um trauma para a criança, e por isso precisamos fazer com que isso seja tranquilo e natural. Mas como?
Na primeira aula, deixe a mãe dentro da sala (por mais que seja difícil), combine com ela, deixe claro que ela não pode falar nada, se não você será obrigada a tirá-la da sala. Explique também para a criança que hoje a mãe dela está ali, mas na próxima aula não vai estar, ou seja, vá fazendo este desmame. Isso é necessário, porque se for para separar da mãe uma criança que já é mais introvertida, medrosa, a aula não será produtiva, pois ela vai chorar e desestabilizar toda a turma. Lembre-se também de perguntar para a mãe se ela quer ir beber uma água enquanto a criança está mais distraída, pois quando ela perceber, a mãe já estará lá fora, o que pode ajudar nesse processo. Portanto, introduza a mãe nesse começo e depois faça o desmame, pois assim o mundo da sala de aula não será mais algo assustador para ela.
A segunda dica é sobre crianças que não estão acostumadas a conviver com outras, pois muitas vezes é filha única, ainda não vai para a escola, enfim. Isso também assusta, pois ela tem dificuldade para socializar, então é necessário que você receba essa criança com as suas alunas de uma maneira diferente, avise-as que chegará uma amiga nova e quando a criança chegar, pergunte o nome dela e faça de uma maneira que as alunas se apresentem também, como por exemplo, fale o nome errado de uma delas, pois assim ela com certeza dirá "mas esse não é o meu nome" e falará o nome certo, o que fará com elas riam e socializem entre si. Assim, as boas vindas serão mais divertidas e é muito mais fácil do que simplesmente colocar a criança dentro da sala de aula.
A terceira dica é sobre crianças que choram porque não gostam de regras, ou seja, ela estava na casa dela, brincando, na sua zona de conforto e de repente vai para um espaço assustador cheio de crianças pulando com alguém ditando regras, considerando que o Ballet é disciplina. Isto é, a criança começa a ser podada do que ela tem vontade de fazer e isso pode causar um mal estar nela e a fazer chorar, e isso é um dos grandes motivos que faze crianças de oito, nove anos, desistirem do Ballet. Para adaptar um baby a essas regras pode-se utilizar a estratégia dos prêmios de uma maneira que não eduque a criança fazendo com que ela ache que tudo gira em torno disso. Por exemplo, você pode dizer que se todas fizerem o exercício direitinho, acontecerá uma brincadeira depois, ou oferecer uma fruta, para não dar doces, enfim, criar maneiras de premiar. Isso incentiva a criança a fazer todos os exercícios, porém não coloque isso em todas as atividades, se não ela sempre irá querer prêmios, coloque apenas naqueles que você julga mais difícil para ela obedecer as regras.
Por último, vem um pedido: não obrigue a criança a fazer Ballet. Precisamos tentar entender a criança para trabalhar e melhorar isso, e não obrigá-la, porque isso acaba se tornando um trauma na vida dela e assim que puder, ela vai sair e nunca mais vai querer voltar. Portanto, nós, como professores, temos que defender o Ballet, para que ele siga e tenha vida por muitos anos e para isso, precisamos cultivar alunos que amem essa atividade, e não que odeiem!
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