Não vê evolução na sua aula de Ballet Adulto? Neste artigo falaremos exatamente sobre o que você pode fazer para mudar isso!
O primeiro ponto que eu já gostaria de dizer é que: não é porque você faz Ballet depois de Adulta, com seus 30, 40, 50, 60 anos para mais que irá demorar mais tempo do que as outras pessoas para ver evolução. Não funciona assim. O que acontece, é que muitas vezes nos "atrapalhamos" na hora de fazer essa análise sobre nossa evolução ou realmente estamos dando "murro em ponta de faca".
"Como assim, Mari?" Falarei mais detalhadamente sobre isso agora!
Quando estamos na sala de aula presencial, muitas vezes nós usamos como parâmetro para nos avaliarmos, o feedback do professor (quando o professor fala sobre o nosso desempenho) e o espelho (exemplo: quando estamos nos "matando" para perna subir, achando que ela está super alta, mas é só "batermos" o olho no espelho que percebemos que ela está lá embaixo).
Agora, no formato online... Eu vivencio o Ballet Online desde 2017, mas acredito que a maioria de vocês esteja vivenciando isso agora por conta da pandemia. Nesse formato, o feedback do professor acaba se tornando mais "escasso", pois geralmente se juntam turmas e ficam muitos alunos para que o professor observe em diversos "quadradinhos" (no Zoom, por exemplo). Tem dias em que dou aula para os alunos do meu treinamento, que são 3/4 telas de zoom e existem técnicas para que o professor, no caso eu, consiga olhar todos, etc.
A comunicação é algo difícil, principalmente quando recebemos um feedback de "meias palavras". Sabe quando o marido pergunta alguma coisa e você responde: "tá lá, já disse que está lá" e ele acha que você está brigando, mas na verdade não está, apenas disse algo com "meias palavras".
Por isso, esse tipo de feedback é muito perigoso, pois muitas vezes ele pode vir de forma "atravessada". Então, muita calma e atenção! Não avalie o seu desempenho totalmente por feedback, principalmente quando ele é de "meias palavras" ou feito de forma indireta (quando o professor dá um feedback bom para uma colega de turma e não fala nada para você, indiretamente você pode tomar como verdade de que deve estar "toda torta e errada" ou "toda perfeita", levando você a se frustrar ou não fazer nada para evoluir).
Por isso o feedback deve ser feito de forma DIRETA. Por exemplo, o professor chega para você e diz: "Você está indo super bem, parabéns! Mas, você precisa tomar mais cuidado com o seu En Dehor, pois toda vez que você faz tendu a frente está perdendo o En Dehor. Então, quando fizer tendu, quero que pense em fazê-lo puxando pelo calcanhar." Esse é o melhor tipo de feedback, pois ele está sendo diretamente direcionado a você, ele tem uma explicação, cita um exemplo e até mesmo dá uma solução. Quando receber um feedback assim, recomendo que você anote e realmente faça, pois será em poucos lugares que você irá encontrar esse tipo de orientação.
Para concluir essa parte, não se avalie totalmente a base de um feedback indireto ou de "meias palavras", pois a chance de você errar na sua análise é grande demais.
Agora, existe uma grande diferença entre não ter desempenho e em não vermos o desempenho. Antes de você tentar fazer "70" treinos para os pés, pernas altas, pirouettes, etc, é preciso parar e entender se você não está tendo desempenho ou se não está vendo.
"Como fazer para conseguir identificar isso, Mari?"
• Você precisa medir/metrificar o seu desempenho. Tudo aquilo que a gente não mede, não tem como ser avaliado, e consequentemente não tem como ser melhorado. Independente se você está no presencial ou no online, não tente metrificar tudo, pegue os pontos chaves. Para mim, como bailarina, os pequenos saltos são um grande desafio, já os balances é algo muito tranquilo, então eu preciso medir aquilo que preciso melhorar, ou seja, onde tenho mais dificuldade. No meu caso seria os pequenos saltos, e irei focar nisso, durante um mês, por exemplo.
Primeiro eu irei metrificar como os meus pequenos saltos estão hoje, gravando vídeos meus fazendo o movimento, de diferentes ângulos. Esses vídeos são chamados de vídeos controles ou no caso de um algo estático como pernas altas, será fotos controles (se baseando com o "cenário" que tem atrás de você, como por exemplo, a perna chegar no "meio" do armário, e seu objetivo é chegar na "ponta" dele). Cuidado quando for assistir ao vídeo, você pode encontrar coisas que não estão tão boas e muitas bailarinas desistem do processo de melhoria nesse momento.
"Como fazer para que isso não aconteça?"
Você irá assistir os vídeos como se fosse outra pessoa, esqueça que é você e "faz de conta" que você é professora dessa pessoa dos vídeos. Ao olhar, você terá que dar um feedback! Esse feedback deve começar sempre apontando algo bom, e depois sim falar sobre o que precisa ser melhorado com muita empatia. Como você falaria isso para outra pessoa? Não seria de uma forma rude, amarga e dura, certo? Então não faça isso consigo mesma, avalie como se fosse outra pessoa, com empatia.
Depois de avaliar, você irá criar um plano de treinamento para melhorar aquilo que você avaliou durante sua análise.
E claro, irá fazer esse treinamento que você planejou e depois de 15 dias (já que estipulamos um mês de treinamento, anteriormente como exemplo) irá refazer os vídeos controles. Se depois desses 15 dias você não perceber melhora, sabe o que você precisará fazer? Mudar! Mudar sua estratégia, pois algo foi feito errado durante o processo, ou seja, reajustar o treino.
O que eu quero dizer para você, é que se você não está vendo melhora no seu desempenho, não significa que você não tenha melhora. Apenas significa que você não está conseguindo ver. E para ver, é preciso metrificar, avaliar da forma certa, criar um planejamento (decidir um treinamento) e agir!
Fazer Ballet depois de adulta, não é apenas fazer aula. É reaprender a se ver, se desafiar e se admirar.
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